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Medicina regenerativa e as lesões no esporte: quais são as principais indicações?

Entenda o que é a medicina regenerativa aplicada nas lesões esportivas, quais as principais indicações e questões associadas. Boa leitura! 

A medicina regenerativa tem crescido cada vez mais. Por isso, é fundamental que o médico especialista esteja familiarizado com essa opção, sabendo indica-la aos seus pacientes. 

O que é a medicina regenerativa?

A medicina regenerativa é um campo inovador da medicina que se concentra na restauração e regeneração de tecidos, células e órgãos danificados. 

Ao contrário de abordagens tradicionais que se concentram apenas no tratamento de sintomas, a medicina regenerativa busca promover a cura real ao reparar, substituir ou regenerar tecidos lesados.

Essa disciplina utiliza uma variedade de técnicas e abordagens avançadas. Uma das estratégias mais conhecidas é o uso de células-tronco, capazes de se transformar em diferentes tipos de células do corpo e potencialmente substituir ou reparar tecidos danificados. 

Além disso, a medicina regenerativa emprega biomateriais e a engenharia de tecidos para criar estruturas que imitam as funções e a arquitetura dos tecidos naturais, promovendo a regeneração.

Outras técnicas incluem o uso de substâncias bioativas, como fatores de crescimento e terapias moleculares, para estimular a regeneração celular e tecidual. Além disso, há abordagens que visam modular o sistema imunológico ou corrigir defeitos genéticos que levam a danos nos tecidos.

A aplicação da medicina regenerativa é vasta, abrangendo desde lesões musculoesqueléticas e ortopédicas até condições cardíacas, neurológicas e até mesmo a regeneração de órgãos, como fígado e rins. 

Seu potencial está na capacidade de oferecer tratamentos mais eficazes e na redução da necessidade de terapias de longo prazo, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Como a medicina regenerativa se aplica no contexto das lesões esportivas?

A medicina regenerativa é frequentemente considerada no contexto esportivo para tratar lesões musculoesqueléticas em atletas. 

Ela é indicada em uma variedade de situações, como lesões de tecidos moles, incluindo músculos, tendões e ligamentos, que são comuns devido ao estresse físico intenso durante atividades esportivas.

Além disso, é utilizada em casos de lesões crônicas ou recorrentes, que persistem ao longo do tempo ou tendem a retornar, mesmo após tratamentos convencionais, como fisioterapia ou repouso. 

A medicina regenerativa também é aplicada quando há a necessidade de acelerar a recuperação de lesões, permitindo que os atletas retornem às suas atividades esportivas mais rapidamente.

Outras indicações incluem lesões articulares, como osteoartrite ou danos na cartilagem, visando melhorar a função articular e reduzir a dor. Em casos complexos ou de difícil tratamento com métodos convencionais, como certas fraturas ou danos extensos a tecidos, a medicina regenerativa pode ser considerada como uma alternativa.

Além disso, ela pode ser usada preventivamente para fortalecer tecidos vulneráveis e reduzir o risco de lesões futuras em atletas propensos a determinados tipos de lesões. 

O objetivo principal dessas terapias regenerativas é acelerar a recuperação, promover a cicatrização adequada dos tecidos danificados e reduzir a necessidade de procedimentos cirúrgicos invasivos, permitindo que os atletas retornem às atividades esportivas com menor tempo de inatividade.

Quando a medicina regenerativa está indicada no esporte?

A medicina regenerativa é frequentemente considerada no contexto esportivo para tratar lesões musculoesqueléticas em atletas.

Ela é indicada em uma variedade de situações, como lesões de tecidos moles, incluindo músculos, tendões e ligamentos, que são comuns devido ao estresse físico intenso durante atividades esportivas.

Lesões crônicas ou recorrentes

É utilizada em casos de lesões crônicas ou recorrentes, que persistem ao longo do tempo ou tendem a retornar, mesmo após tratamentos convencionais, como fisioterapia ou repouso.

Também é aplicada quando há a necessidade de acelerar a recuperação de lesões, permitindo que os atletas retornem às suas atividades esportivas mais rapidamente.

Melhora da função articular e redução da dor

Outras indicações incluem lesões articulares, como osteoartrite ou danos na cartilagem, visando melhorar a função articular e reduzir a dor.

Em casos complexos ou de difícil tratamento com métodos convencionais, como certas fraturas ou danos extensos a tecidos, a medicina regenerativa pode ser considerada como uma alternativa.

Preventivamente

Ela pode ser usada preventivamente para fortalecer tecidos vulneráveis e reduzir o risco de lesões futuras em atletas propensos a determinados tipos de lesões.

O objetivo principal dessas terapias regenerativas é acelerar a recuperação, promover a cicatrização adequada dos tecidos danificados e reduzir a necessidade de procedimentos cirúrgicos invasivos, permitindo que os atletas retornem às atividades esportivas com menor tempo de inatividade.

Uso de células-tronco na terapia com células progenitoras

O uso de células-tronco na terapia com células progenitoras é uma das vertentes mais estudadas e promissoras da medicina regenerativa. 

As células-tronco têm a capacidade única de se transformar em diferentes tipos de células no corpo, além de possuírem propriedades regenerativas e anti-inflamatórias.

Tipos de Células-Tronco

As células-tronco podem ser de dois tipos principais: adultas/somáticas ou pluripotentes induzidas (iPS). 

As células-tronco adultas ou somáticas são encontradas em tecidos adultos, como medula óssea, gordura e tecido do cordão umbilical. Podem se diferenciar em células de tecidos específicos, como ossos, músculos, cartilagens, entre outros.

Em relaçaõ às células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) são obtidas de células adultas reprogramadas para um estado similar ao das células-tronco embrionárias, com a capacidade de se diferenciar em diversos tipos de células.

Aplicações na terapia com células pProgenitoras

Lesões musculoesqueléticas

As células-tronco são utilizadas para tratar lesões de tendões, músculos, ligamentos e cartilagens, visando acelerar a recuperação e promover a regeneração tecidual.

Doenças degenerativas

As doenças degenerativas são exploradas em condições como osteoartrite, osteoporose e outras doenças degenerativas para estimular a reparação ou regeneração dos tecidos afetados.

Lesões neurológicas

Em estudos preliminares, há investigações sobre o uso de células-tronco na regeneração de tecido nervoso após lesões na medula espinhal ou em condições neurodegenerativas.

Lesões cardíacas

Células-tronco cardíacas são utilizadas para reparar o tecido cardíaco danificado após um ataque cardíaco, por exemplo.

Processo de tratamento

O processo envolve a coleta das células-tronco do próprio paciente (ou em alguns casos, de fontes apropriadas e éticas), a preparação em laboratório e a injeção ou implantação direta no local da lesão. 

As células-tronco têm a capacidade de migrar para a área comprometida e se diferenciar em células específicas para promover a regeneração.

Considerações Éticas e Desafios

Apesar do grande potencial terapêutico, o uso de células-tronco levanta questões éticas e desafios científicos, incluindo a segurança, regulação e eficácia a longo prazo desses tratamentos.

No entanto, as pesquisas continuam avançando, e a terapia com células progenitoras, incluindo o uso de células-tronco, representa uma área promissora na medicina regenerativa, como já comentamos. Assim, apresenta potencial para revolucionar o tratamento de diversas condições médicas e lesões, incluindo aquelas relacionadas ao esporte.

Biomateriais no esporte: enxertos e scaffolds 

Os biomateriais desempenham um papel crucial na medicina regenerativa no contexto esportivo, especialmente quando se trata de enxertos e scaffolds. Esses componentes são fundamentais para promover a regeneração de tecidos danificados em atletas.

Enxertos

Os enxertos são utilizados para substituir ou reparar tecidos lesionados, como:

  • tendões,
  • ligamentos ou
  • cartilagens. 

Podem ser autólogos, retirados do próprio paciente, alógenos, de um doador compatível, ou sintéticos

No contexto esportivo, os enxertos autólogos são comuns devido à reduzida chance de rejeição e ao potencial de regeneração mais eficiente.

Por exemplo, enxertos de tendão patelar ou enxertos de tendão do quadríceps podem ser usados para reconstrução de ligamentos rompidos.

Scaffolds

Já os scaffolds, ou estruturas de suporte, são dispositivos que fornecem um arcabouço tridimensional para a regeneração do tecido. Eles ajudam a guiar o crescimento celular e tecidual, imitando a arquitetura dos tecidos naturais. 

Esses scaffolds podem ser feitos de materiais biológicos ou sintéticos.

Eles são projetados para serem gradualmente absorvidos pelo corpo à medida que o tecido se regenera.

No esporte, os scaffolds são utilizados para reparar tecidos musculares, tendíneos ou cartilaginosos lesionados, oferecendo um ambiente propício para a regeneração celular.

A vantagem dos biomateriais no contexto esportivo é sua capacidade de promover a cura eficaz e rápida, permitindo aos atletas um retorno mais rápido às atividades esportivas. Além disso, esses materiais têm potencial para reduzir complicações pós-operatórias e acelerar a recuperação, minimizando o tempo de inatividade dos atletas lesionados.

Lesões musculoesqueléticas e articulares

Lesões musculoesqueléticas, como tendinites, tendinopatias, lesões ligamentares e musculares, são comuns em atletas devido ao estresse físico intenso, movimentos repetitivos e impacto durante a prática esportiva. 

Tendinites e Tendinopatias

A tendinopatia é um termo mais abrangente que inclui alterações degenerativas no tendão. Pode ser causada por fatores como envelhecimento, estresse mecânico crônico ou processos inflamatórios. Provoca dor, perda de função e degeneração do tendão.

Já a tendinite é a inflamação do tendão, geralmente causada por movimentos repetitivos ou excesso de uso de um músculo específico. Pode resultar em dor, inchaço e sensibilidade na área afetada.

Lesões Ligamentares

As entorses são lesões comuns nos ligamentos, causadas por movimentos bruscos que estendem ou torcem a articulação além de sua capacidade normal. 

Isso pode resultar em estiramento ou ruptura do ligamento. O joelho, tornozelo e ombro são áreas frequentemente afetadas.

Lesões Musculares

As famosas distensões musculares resultam do estiramento excessivo ou ruptura das fibras musculares. Podem variar de leves (grau I) a graves (grau III), com dor, inchaço, equimoses e perda de função muscular.

Com relação às rupturas musculares, tratam-se de lesões mais graves que envolvem a separação completa das fibras musculares. Podem requerer intervenção cirúrgica e têm um período de recuperação mais prolongado.

O tratamento para essas lesões geralmente envolve uma combinação de repouso, fisioterapia, medicação para dor e, em casos mais graves, cirurgia. 

Na medicina regenerativa, terapias como injeções de células-tronco, uso de fatores de crescimento ou scaffolds específicos são exploradas para promover a recuperação e regeneração dos tecidos danificados. 

Essas abordagens visam não apenas aliviar os sintomas, mas também promover a cicatrização e regeneração adequada dos tecidos, permitindo que os atletas retornem às atividades esportivas com segurança e menor tempo de inatividade.

Caso real: aplicação da medicina regenerativa 

Um exemplo notável é a estrela do basquete Kobe Bryant, um dos maiores jogadores da NBA. Bryant sofreu várias lesões ao longo de sua carreira, incluindo uma ruptura no tendão de Aquiles em 2013, que poderia ter encerrado sua carreira prematuramente.

Para tratar sua lesão no tendão de Aquiles, Bryant optou por um tratamento inovador de medicina regenerativa. Ele viajou para a Alemanha para receber um tratamento com plasma rico em plaquetas (PRP) e terapia com células-tronco, uma abordagem considerada fora dos métodos convencionais.

Realização do tratamento

O tratamento envolveu a injeção de seu próprio sangue, onde os componentes ricos em plaquetas foram isolados e reinjetados na área lesionada do tendão, juntamente com a terapia com células-tronco. Essa abordagem tinha o objetivo de promover a cicatrização e regeneração do tendão de forma mais rápida e eficaz.

Embora o uso específico da medicina regenerativa por Bryant não tenha sido detalhado publicamente em sua totalidade, sua disposição para buscar tratamentos inovadores, incluindo terapias regenerativas, destaca o interesse e a aceitação crescente dessas abordagens por atletas de alto desempenho em busca de uma recuperação mais rápida e eficaz.

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Referências 

  1. Métodos de recuperação pós-exercício: uma revisão sistemática. Carlos Marcelo Pastre. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia , Programa de Mestrado em Fisioterapia, Presidente Prudente, São Paulo, Brazil.
  2. Biologic therapies for tendon and muscle injury. Mark Young, MBBS, FACSEP, DRCOG. UpToDate. 
  3. Lesão muscular: Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. João Paulo Cortez SantAnna. Rev Bras Ortop. 

Bate-papo com Dr. Rodrigo Sasson sobre o papel da Medicina Regenerativa

Lesões esportivas são um tema muito comum quando se fala em Medicina do Exercício. No entanto, para o Dr. Rodrigo Sasson, coordenador da Pós-Graduação do Cetrus em Medicina do Exercício e do Esporte e médico do Comitê Olímpico do Brasil, antes de pensarmos em como tratá-las, é preciso focar em sua prevenção: essa é a base de sua área de atuação. “É importante saber todos os conceitos do tratamento, mas o foco do nosso trabalho é a medicina preventiva”, explica.

O médico ressalta que o foco é na regeneração do tecido, como as infiltrações musculoesqueléticas e tratamentos por ondas de choque (este último usado inclusive pelo COB). Confira um papo completo com o Dr. Rodrigo sobre o tema:

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