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Vantagens da terapia sexual na atuação dos ginecologistas

Confira neste artigo tudo que você precisa saber sobre as vantagens de inserir a terapia sexual em suas consultas médicas e as oportunidades para carreira!

Tratar o órgão reprodutor feminino envolve não apenas o conhecimento de sua anatomia e seus ciclos. Muitas vezes se relaciona também com a vivência sexual da paciente e problemas relacionados a ela.

Ao olharmos para o mercado de trabalho, é notório que muitos profissionais da ginecologia não estão preparados para lidar com conversas desse tipo no consultório.

O ideal é que o profissional esteja disposto a mudar isso e a ampliar os seus conhecimentos. Afinal, a(o) ginecologista é a(o) médico da mulher e todos os pontos são importantes para garantia da saúde plena da paciente. Aproveite a leitura do artigo para saber mais sobre este tema!

O que é terapia sexual e como funciona?

A terapia sexual é uma forma de terapia que se concentra em ajudar indivíduos e casais a abordar e resolver problemas relacionados à sexualidade, intimidade e relacionamentos.

O objetivo principal desta terapia é melhorar a compreensão, comunicação e satisfação sexual. Também a lidar com questões que podem afetar negativamente a vida sexual e os relacionamentos.

A terapia sexual envolve uma abordagem holística. Ela considera tanto os aspectos físicos quanto os emocionais, psicológicos e sociais da sexualidade.

Conhecimentos e habilidades para ser um terapeuta sexual

Conhecimentos importantes

  • Compreensão da anatomia e fisiologia sexual: um terapeuta sexual deve ter conhecimentos sólidos sobre a anatomia e fisiologia sexual, incluindo a função dos órgãos sexuais, os processos de excitação e resposta sexual, e as mudanças que ocorrem ao longo da vida.
  • Conhecimento de disfunções sexuais: é importante entender uma variedade de disfunções sexuais, como disfunção erétil, anorgasmia, vaginismo e outras questões que podem afetar a capacidade de uma pessoa de desfrutar de uma vida sexual saudável.
  • Psicologia e dinâmica do relacionamento: isso inclui a capacidade de ajudar os indivíduos e casais a abordar questões de comunicação, conflito e intimidade emocional.
  • Abordagem baseada em evidências: é importante que os terapeutas sexuais estejam atualizados com as últimas pesquisas e práticas baseadas em evidências para oferecer tratamento eficaz.

Habilidades importantes para prática médica

  • Habilidades de comunicação: a terapia sexual envolve comunicação aberta e sensível sobre questões íntimas. Os terapeutas sexuais devem ser proficientes em facilitar conversas difíceis e criar um ambiente seguro para que os pacientes expressem suas preocupações.
  • Empatia e sensibilidade cultural: isso vai ajudar o profissional a criar um ambiente inclusivo e respeitoso.
  • Estratégias terapêuticas: há técnicas ideais para abordar problemas sexuais específicos e a aplicação delas pode fazer toda diferença. Entre elas estão: a terapia cognitivo-comportamental, terapia de casais e terapia de exposição.
  • Educação e normalização: parte da terapia sexual envolve educar os pacientes sobre sexualidade saudável e normalizar uma variedade de experiências sexuais. Isso pode ajudar a reduzir o estigma e a ansiedade em torno de questões sexuais.

Leia também: dúvidas mais frequentes sobre patologias ginecológicas e sexualidade

Motivos para o ginecologista pode aplicar conhecimentos de terapia sexual no consultório

Como um ginecologista, você já está envolvido em cuidados de saúde íntimos e sensíveis. Incorporar conhecimentos de terapia sexual permitirá que você adote uma abordagem mais holística para tratar problemas de saúde sexual de seus pacientes.

Muitas vezes, problemas físicos têm raízes psicológicas, emocionais ou relacionais, e a terapia sexual pode ajudar a abordar esses aspectos. Além disso, ao entender as questões sexuais de seus pacientes de forma mais ampla, você pode oferecer diagnósticos e tratamentos mais eficazes.

A terapia sexual envolve avaliar não apenas aspectos físicos, mas também emocionais, psicológicos e sociais da sexualidade. Com ela, você pode ajudar seus pacientes a superar desafios que possam estar enfrentando em suas vidas sexuais.

Outro ponto importante é que essa área pode deixar o profissional mais preparado para uma atuação médica interdisciplinar. Ao trabalhar em colaboração com profissionais de outras áreas, o paciente tem acesso a um cuidado abrangente.

Veja também o vídeo das médicas Aline Ambrósio e Carolina Ambrogini sobre como abordar questões de sexualidade no consultório:

Opinião de especialistas sobre a importância da especialização em sexualidade humana

A ginecologista e especialista em sexualidade humana, Dra. Aline Ambrósio, uma das coordenadoras da Pós-graduação em Sexualidade Humana do Cetrus, conta que a formação médica é deficitária. “A nossa formação médica peca em nos preparar para questões tão íntimas como a sexualidade humana. E como é um tema que afeta ao menos metade da nossa população, precisamos de terapeutas bem formados”, explica a médica.

De acordo com a Dra. Carolina Ambrogini, ginecologista e também coordenadora da Pós em Sexualidade Humana, a falta de preparo nesta área pode acabar até causando problemas para o paciente. “O médico precisa dar uma resposta para aquele paciente e acaba falando coisas da cabeça dele e temos muitos preconceitos e tabus ainda”, comenta Dra. Carolina.

Para as médicas, existem várias oportunidades para o profissional que opta por uma especialização nesta área. Algumas delas são:

Passa a atender uma quantidade grande de pacientes

Estima-se que entre 40 e 50% das mulheres tenham disfunção sexuais, um número alto de pessoas. De acordo com o MSD Manual, várias lesões genitais, fatores hormonais ou sistêmicos e fármacos podem levar ou contribuir a um quadro deste tipo. No entanto, as causas costumam ir além do físico e não tratar ou ao menos considerar o aspecto emocional da paciente pode não trazer um resultado eficiente.

Existem pacientes que chegam à terapia sexual com alguma disfunção sexual, mas que some quando há uma mudança circunstancial, como a troca de parceiro, por exemplo, o que mostra que a questão tinha um fundo muito mais emocional.

“Nesses casos, o ginecologista pode encaminhar esse paciente para um psicoterapeuta ao chegar nesse ponto, mas é importante trabalhar as questões emocionais enquanto a disfunção sexual ainda é presente”, explica Dr. Ambrósio.

Por outro lado, quando a paciente chega com esse tipo de questão e o médico opina sem embasamento no tema, pode acabar afastando a paciente. “Se eu não entendo de como funciona esse psiquismo, não tenho técnica para lidar com isso, eu posso até prejudicar meu paciente”, frisa a especialista.

Tem a chance de expandir seu atendimento aos homens

Os homens demoram mais para buscar ajuda sobre problemas sexuais, mas quando o fazem podem se beneficiar bastante ao serem atendidos por um profissional que olhe para as suas questões de forma mais holística e para além do fato exposto pelo paciente.

A disfunção erétil, por exemplo, tem um componente emocional forte, principalmente em pacientes jovens (enquanto nos maiores de 50 anos, ela represente apenas 10% dos casos). Ansiedade sobre a performance, estresse e até quadros como ansiedade e depressão podem afetar a ereção de um homem ou agravar um quadro. E esses pontos devem ser levados em conta durante o tratamento.

Além disso, tem mulheres que levam o marido para consultas. A expertise em terapia sexual pode ajudar o profissional a conseguir ter habilidades de ajudar a tratar os dois juntos e ajudá-los a melhorar a relação como um todo.

Leia também: Por que fazer uma especialização em sexualidade humana?

Ganha a oportunidade de cobrar por sessões de terapia sexual

Raramente um tratamento de terapia sexual vai durar apenas uma sessão. Caso o primeiro contato entre paciente e terapeuta seja positivo, a tendência é que haja mais sessões com uma constância que os atendimentos ginecológicos de rotina não possuem. “Fora que não é todo médico que oferece esse tipo de abordagem, então isso agrega ao valor da consulta”, aponta Ambrogini.

E mesmo assim, isso é vantajoso para o paciente. “A necessidade de encaminhá-lo para outros profissionais como psicólogos e fisioterapeutas acaba onerando ainda mais o tratamento”, comenta a médica. Assim, no mesmo especialista o paciente encontra alguém que poderá trabalhar as questões emocionais com suas questões físicas.

Aproveita a chance de aumentar seu autoconhecimento

“Quando você lida com a sexualidade humana, muitas vezes você vai se deparar com as suas questões e as suas fragilidades, tanto que o psicólogo ou o psiquiatra tem que fazer psicoterapia durante seu processo de formação e carreira. Já o médico não tem essa autodescoberta”, comenta Ambrósio. Inclusive, essa jornada transformadora foi ressaltada por muitos dos alunos que já fizeram o curso. Confira o depoimento de uma aluna:

“Inscrevi-me na Pós-Graduação em Sexualidade Humana, quando ainda não estávamos em pandemia. E durante esse período de isolamento e caos, resolvi olhar mais para dentro de mim. Só não esperava na minha jornada de autoconhecimento eu teria ao meu lado pessoas tão especiais, que me deram continência e acolhimento. Fomos instigados a abrir nossas defesas e desconstruir muitas de nossas crenças. Aprendemos a curar nossas próprias feridas para facilitar a cura dos nossos pacientes”, relatou a Dra. Laura Muzzi, aluna formada da 1º Turma da Pós-Graduação em Sexualidade Humana no Cetrus.

Quer saber mais sobre nosso curso e como aproveitar tantas oportunidades em sua carreira? Saiba mais sobre o conteúdo programático e todos os pontos do programa de Pós-Graduação em Sexualidade Humana no Cetrus em nosso site.

Referências

10 Replies to “Por que o ginecologista deve praticar terapia sexual?”

  1. Faz mal engolir esperma tenho um namorado e gostaria muito de tentar mais não sei se faz mal

  2. Pingback: ivermectin cost
  3. Mudti recente p SP Capital. Casada a 26 anos com a idade avançando a falta de libido tbm aumentou além das complicações ginecologicas. Preciso de indicação profissionais que possam nos ajudar: fisioterapeuta, ginecologista… Alguem que trabalhe com a secualidade na 3a idade. Aguardo retorno. Obrigada

  4. Minha menstruação tem 2 meses que não vem, já fiz dois testes de farmácia mas dão negativos o que pode ser?

  5. Então eu estou menstruada,e sempre que me masturbo menstruada sai mais sangue,e eu queria saber se é normal, o meu fluxo já é forte,hoje parecia até que matei alguém meu quarto ficou cheio de sangue kkkkk mais é isso obg pela atenção.

  6. As informações sobre Sexualidade mesmo sendo básicas ,são importantes como parte da especialidade GO , as mesmas bem expostas pela Dra Ambrogini . Gostaria de ter informação para realizar pos na especialidade .

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