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Infiltração guiada por ultrassom: utilização, importância e vantagens

Índice

A infiltração guiada por ultrassom (US) tem se destacado como uma técnica valiosa no campo da medicina, especialmente nas áreas de ortopedia, reumatologia e medicina esportiva. 

Este procedimento envolve a administração de medicamentos diretamente em tecidos específicos, como articulações, tendões, músculos ou bursas, utilizando a ultrassonografia para guiar a agulha com precisão. 

O objetivo principal é proporcionar alívio da dor, reduzir a inflamação e melhorar a função dos tecidos afetados.

Utilização da infiltração guiada por ultrassom

A infiltração guiada por ultrassom é utilizada para tratar uma variedade de condições musculoesqueléticas. Entre as mais comuns estão as seguintes:

Condições ortopédicas

  • Osteoartrite: A infiltração de corticosteroides ou ácido hialurônico em articulações afetadas pode aliviar a dor e melhorar a mobilidade.
  • Tendinopatias: Tendões inflamados, como no caso da tendinite do manguito rotador ou epicondilite lateral (cotovelo de tenista), podem ser tratados com infiltrações para reduzir a inflamação e promover a cicatrização.
  • Bursites: Inflamações nas bursas, como a bursite trocantérica, podem ser aliviadas com a administração precisa de medicamentos anti-inflamatórios.
Leia mais: Sinovite: como diagnosticar ao US 

Condições reumatológicas

  • Artrite Reumatoide: A infiltração em articulações inflamadas pode proporcionar alívio significativo da dor e da inflamação.
  • Espondiloartrites: Infiltrações em articulações sacroilíacas ou outras áreas afetadas ajudam a controlar a dor e a rigidez.

Medicina esportiva

  • Lesões Esportivas: Atletas com lesões musculares ou ligamentares podem se beneficiar de infiltrações para acelerar a recuperação e minimizar o tempo de afastamento das atividades.
  • Fascite Plantar: A infiltração no tecido fascial pode proporcionar alívio significativo para corredores e outros atletas.
Leia mais: Fascite plantar: Entenda causas, tratamentos e o diagnóstico 

Locais indicados para realização da infiltração guiada por ultrassom

A escolha da articulação ou região a ser tratada depende da condição específica do paciente e do diagnóstico clínico. O uso da ultrassonografia permite uma avaliação detalhada e precisa, auxiliando na identificação da melhor abordagem terapêutica.

As infiltrações guiadas por ultrassom são amplamente utilizadas para tratar diversas articulações e regiões do corpo. Aqui estão as mais comumente tratadas:

Articulações para realização do infiltração guiada por ultrassom

Temos seis principais articulaççoes do corpo onde comumente realizamos a infiltração de substâncias visando o tratamento de dor e desconfortos. São elas:

  • Ombro
  • Cotovelos
  • Punho e mãos
  • Quadil
  • Joelhos
  • Tornozelos e pés

Abaixo abordaremos os locais específicos de cada um e suas possíveis etiologias para o tratamento.

Ombro

Os locais que geralmente são realizados a infiltração são a articulação glenoumeral, no tratamento de de condições como artrite, capsulite adesiva (ombro congelado) e lesões do manguito rotador; bursa subacromial-subdeltoidea no tratamento de bursite e tendinopatia do manguito rotador. Temos ainda a articulação acromioclavicular no tratamento de osteoartrite e inflamação.

Cotovelo

No cotovelo temos o epicôndilo lateral e medial, para tratamento da epicondilite lateral (cotovelo de tenista) e medial (cotovelo de golfista) respectivamente. 

Punho e Mão

No punho e mão, temos as articulações interfalagianas, para tratrmos a artrite e a tenossinovite. Articulação carpometacarpal do polegar no tratamento de osteoartrite (rizartrose). 

Podemos ainda usar no tratamento da síndrome do túnel do carpo. 

Leia mais: Manifestações clínicas de pacientes com patologias de mão e punho 

Quadril

Para tratar a osteoartrite e lesões labrais, faz-se a infiltração na articulação coxofemoral. Já no tratamento de bursite trocantérica, infiltra-se na bursa trocantérica

Joelho

Para queixas de osteoartrite, sinovite e lesões meniscais, pode-se infiltrar na articulação femorotibial. Já para casos de bursite anserina, faz-se a infiltração na busa anserina

Leia mais: Lesão na cartilagem do joelho: exames essenciais na avaliação 

Tornozelo e Pé

No caso de pés e tornozelos, realiza-se infltração na articulação tibiotalar para o tratamento de osteoartrite e sinovite; articulações subtalar e tarsometatarsal para casos de artrite e lesões ligamentares e na fáscia plantar para o tratamento de fascite plantar.

Outras regiões

Além dessas articulares, podemos ainda fazer infiltração guiada por ultrassom na coluna vertebral e em tecidos moles. 

Coluna vertebral

  • Articulações facetárias: Tratamento de dor facetária cervical, torácica e lombar.
  • Articulações sacroilíacas: Tratamento de sacroiliíte.

Tecidos moles

  • Tendões: Tratamento de tendinopatias, incluindo tendinite do Aquiles, tendinite patelar e tendinite do manguito rotador.
  • Bursas: Tratamento de várias bursites, incluindo bursite olecraniana, bursite pré-patelar e bursite isquiática.
  • Músculos: Tratamento de lesões musculares, como rupturas ou distensões musculares.

Procedimento da infiltração guiada por ultrassom

O procedimento de infiltração guiada por ultrassom geralmente segue algumas etapas. A primeira dela é a availiação inicial. O médico realiza uma avaliação clínica detalhada e, se necessário, exames complementares para confirmar o diagnóstico.

Após a avaliação, deve-se preparar o aparelho de ultrassom para proporcionar a melhor visualização da estrutura possível. É feita ainda a desinfecção da pele na área da infiltração para minimizar o risco de infeção. Em alguns casos, administra-se uma pequena quantidade de anestesia local para reduzir a dor da inserção da agulha.

Utilizando o ultrassom, o médico insere a agulha e guia-a até o local exato onde a medicação deve ser administrada. Uma vez posicionada corretamente, injeta-se a medicação lentamente, enquanto o médico continua a monitorar a posição da agulha e a distribuição do medicamento em tempo real.

Após a infiltração, o paciente pode ser observado por um curto período para garantir que não ocorram reações adversas imediatas. Instruções pós-procedimento são fornecidas, incluindo orientações sobre repouso e possíveis efeitos colaterais.

Escolha dos agentes de infiltração

Os principais agentes utilizados em infiltrações guiadas por ultrassom são corticosteroides, anestésicos locais, ácido hialurônico e alguns agentes biológicos, como o plasma rico em plaquetas (PRP). Cada um desses agentes tem suas indicações específicas, dependendo da condição a ser tratada.

Corticosteroides

Indica-se em casos de artrite (osteoartrite, artrite reumatoide), bursite, tendinopatias, síndrome do túnel do carpo e capsulite adesiva (ombro congelado). 

Os principais corticoesteroides utilizados são:

  • Triamcinolona acetonida: Efeito prolongado, utilizado frequentemente em articulações maiores como o joelho e o ombro.
  • Metilprednisolona: Efeito rápido e potente, indicado para alívio rápido da dor e inflamação.
  • Dexametasona: Utilizada em pequenas articulações e tecidos moles devido ao seu potente efeito anti-inflamatório.

Ácido Hialurônico

Indicado para osteoartrite (principalmente joelho e quadril), lesões articulares degenerativas e como tratamento viscosuplementar para melhorar a lubrificação articular e reduzir o atrito. 

Principais formas de ácido hialurônico utilizadas são:

  • Ácido hialurônico de baixo peso molecular: Facilmente absorvido e distribuído na articulação, utilizado para condições mais leves.
  • Ácido hialurônico de alto peso molecular: Fornece uma ação prolongada e é utilizado em condições mais severas de degeneração articular.

Plasma Rico em Plaquetas (PRP)

Indica-se PRP para:

  • Tendinopatias crônicas (tendinite do manguito rotador, epicondilite)
  • Lesões musculares e ligamentares
  • Artrose em estágios iniciais
  • Fasciite plantar
  • Regeneração tecidual em geral

Características do PRP:

  • PRP autólogo: Derivado do sangue do próprio paciente, centrifugado para concentrar as plaquetas e fatores de crescimento.
  • PRP leucopênico: PRP com baixo teor de leucócitos, utilizado para reduzir a resposta inflamatória em infiltrações articulares.
  • PRP leucocitário: PRP com alto teor de leucócitos, utilizado em infiltrações em tecidos moles para promover uma resposta inflamatória controlada e acelerar a cicatrização.

Leia mais: Plasma rico em plaquetas (PRP): o que é e como funciona o tratamento? 

Outros agentes

  • Proloterapia: Injeta-se soluções irritantes (como dextrose) para estimular a cicatrização de tendões e ligamentos danificados.
  • Botox (Toxina Botulínica): Utilizado em casos de espasmos musculares crônicos e distonias, com aplicação guiada por ultrassom para precisão.
  • Agentes anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): Raramente utilizados em infiltrações devido ao risco de irritação local. Porém considera-se seu uso em situações específicas.
  • Lidocaína: Anestésico de ação rápida e curta duração, com efeito imediato, utilizado frequentemente em bloqueios diagnósticos.
  • Bupivacaína: Anestésico de ação mais lenta, mas de maior duração, utilizado para alívio prolongado da dor pós-infiltração.

Leia mais sobre o assunto:

Importância da infiltração guiada por ultrassom

A utilização da ultrassonografia como guia para infiltrações é de extrema importância. Ela permite a visualização em tempo real das estruturas anatômicas, garantindo que a agulha seja posicionada com precisão no local desejado. Isso é crucial para maximizar a eficácia do tratamento e minimizar o risco de complicações, como lesões de estruturas adjacentes ou infiltração inadequada de medicamentos.

Além disso, o uso da ultrassonografia pode reduzir a dor associada ao procedimento. A capacidade de visualizar e evitar estruturas dolorosas, como tendões e nervos, torna a experiência do paciente mais confortável.

Vantagens da infiltração guiada por ultrassom

A técnica de infiltração guiada por ultrassom oferece várias vantagens sobre métodos tradicionais:

  • Melhora na Precisão Diagnóstica
  • Redução do Uso de Imagens por Radiação
  • Custo-Benefício
  • Versatilidade
  • Tempo de Recuperação

Considerações e desafios

Apesar das muitas vantagens, a infiltração guiada por ultrassom também apresenta alguns desafios e considerações como:

  • Necessidade de Treinamento

A realização de infiltrações guiadas por ultrassom requer treinamento especializado. Médicos devem ser proficientes tanto na técnica de infiltração quanto no uso do ultrassom para garantir a precisão e segurança do procedimento.

  • Limitações da Ultrassonografia

Embora extremamente útil, a ultrassonografia tem limitações. A qualidade da imagem pode ser afetada por fatores como a presença de ar ou tecido adiposo excessivo. Em alguns casos, pode ser difícil obter uma visualização clara das estruturas desejadas. 

Por isso, é de grande importância que o médico esteja preparado para a realização do procedimento. 

Pós-Graduação em Medicina Regenerativa Musculoesquelética

A infiltração guiada por ultrassom representa um avanço significativo no manejo de condições musculoesqueléticas. Sua utilização permite uma administração precisa e segura de medicamentos, proporcionando alívio da dor, redução da inflamação e melhora funcional. As vantagens dessa técnica incluem maior precisão diagnóstica, redução do uso de radiação, custo-benefício, versatilidade e recuperação mais rápida.

No entanto, o sucesso do procedimento depende de treinamento especializado e da consideração de possíveis limitações da ultrassonografia. Com a contínua evolução das tecnologias de imagem e técnicas de intervenção, a infiltração guiada por ultrassom promete continuar sendo uma ferramenta valiosa na prática clínica.

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Assista ao vídeo: 

Referências

  1. FURTADO, R. N. V. et al. Efetividade da infiltração intra-articular guiada por imagem: comparação entre fluoroscopia e ultrassom. Rev. Bras. Reumatol. 53 (6) • Dez 2013
  2. Efetividade da infiltração intra-articular guiada por imagem: comparação entre fluoroscopia e ultrassom. Scielo [https://doi.org/10.1016/j.rbr.2013.07.001]
  3. PHILLIPS, K.; SCHUR, P. H. Management of isolated musculoskeletal chest pain. Uptodate, 2024
  4. ZIMMERMAN, J. Overview of perioperative uses of ultrasound. Uptodate, 2024
  5. Wang, DT, et al. Complications in Musculoskeletal Intervention: Important Considerations. Semin Intervent Radiol. 2015 Jun; 32(2): 163–173.

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