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Entenda como diagnosticar um quadro de gastrosquise e as opções de tratamento disponíveis

A gastrosquise atinge um recém-nascido a cada 2.500 nascimentos

Recém-nascido com gastrosquise

A gastrosquise caracteriza-se pela malformação congênita da parede abdominal, ocasionando na exposição de estruturas intra-abdominais, em especial o intestino fetal. A malformação geralmente está situada ao lado direito na região para-umbilical, o cordão umbilical não manifesta alteração na sua inserção. Raramente o quadro está relacionado com outros tipos de anomalias ou síndromes genéticas, no entanto, atresias ou estenoses intestinais podem se desenvolver.

Estima-se que a doença atinja um a cada 2.500 nascimentos, sendo mais incidente em gestantes jovens.

Gastrosquise X Onfalocele

A gastrosquise e a onfalocele, embora sejam doenças diferentes, são bastante relacionadas por se tratarem de malformações congênitas. Porém, na última ocorre a herniação das vísceras por meio do cordão umbilical, elas ficam recobertas por uma membrana constituída de âmnio e peritônio podendo ser íntegra ou rota. Em quadros de onfalocele, além das alças intestinais, o saco herniário regularmente possui parte do fígado, estômago e baço.

Sintomas da gastrosquise

Na maioria dos casos a gastrosquise não apresenta sintomatologia durante a gestação. Contudo algumas gestantes podem apresentar um aumento do líquido amniótico, que pode ser um indicativo do quadro no feto.

Fatores de risco para a gastrosquise

A gastrosquise não tem uma causa estabelecida para seu desenvolvimento, havendo algumas teorias que apontam seu surgimento. Porém, existem fatores durante a gestação que podem contribuir no desenvolvimento do quadro, como:

  • Tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas;
  • Gestantes com idade inferior a 20 anos
  • Infecção urinária recorrente;
  • Uso de drogas ilícitas;
  • Baixo índice de massa corporal.

Diagnóstico da gastrosquise

A gastrosquise pode ser detectada durante a gestação por meio de exames de sangue de rotina para verificar os níveis alfafetoproteína e através do ultrassom morfológico do primeiro trimestre, em que é possível identificar a exposição do intestino para fora da parede abdominal do feto. O médico consegue diagnosticar a malformação após o nascimento, pois a evisceração abdominal fica visível.

Tratamento para a gastrosquise

O tratamento para gastrosquise é realizado por meio de cirurgia e, embora seja diagnosticada na fase pré-natal, o tratamento ocorre somente no pós-natal. O parto deve ser realizado em hospital com UTI neonatal e estrutura adequada para o tratamento.

Durante a locomoção do RN e antes do procedimento cirúrgico deve-se seguir às seguintes orientações:

  • Estabilização do paciente antes do transporte;
  • Inserir sonda nasogástrica aberta;
  • Utilizar anteparos para as vísceras e protegê-las com compressas estéreis umedecidas com solução salina;
  • Proteção do curativo com filme PVC;
  • Manter o RN em decúbito lateral;
  • Manter a temperatura adequada;
  • Disponibilizar suporte ventilatório quando necessário;
  • Prover hidratação;
  • Observar a perfusão, frequência cardíaca, débito urinário, balanço hídrico e glicemia.

A cirurgia permite que a gastrosquise seja tratada de duas maneiras:

  • A primeira com o fechamento primário, que consiste na recolocação das alças intestinas dentro da cavidade abdominal e fechamento da abertura;
  • A segunda opção consiste na colocação de um silo (envoltório artificial de silicone) no conteúdo abdominal, podendo ser reduzido gradualmente e o defeito ser fechado tardiamente.
Referências:
  1. MSD Manual, Versão para Profissionais de Saúde. Gastrosquise. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/anomalias-gastrintestinais-cong%C3%AAnitas/gastrosquise. Acessado em: 10/01/2023.
  2. Alves, FO et. al. Manejo da onfalocele e da gastrosquise no recém-nascido. Rev. Acta méd. (Porto Alegre), n. 36, 2015.
  3. Santos, TPC et. al. Gastrosquise: A importância do diagnóstico precoce. Rev. de Ciências Biológicas e da Saúde, set-dez/2021.

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