Retocolite ulcerativa pode apresentar sintomas além do intestino
Entenda quais são seus principais sintomas da retocolite ulcerativa e como a ultrassonografia é aliada do acompanhamento do quadro
A retocolite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal que afeta principalmente o cólon e reto, tornando a região inflamada e ulcerada. Não se sabe ao certo por que algumas pessoas a manifestam. Normalmente ela começa antes dos 30 anos, entre os 14 e 24. O quadro tende a começar pelo reto e passar para o restante do intestino grosso ao longo do tempo.
Sintomas e sinais da retocolite ulcerativa
Normalmente a retocolite ulcerativa dá seus sinais em crises que causam:
- Diarreia violenta, com muco e sangue;
- Febre alta;
- Dor abdominal;
- Peritonite.
A característica das fezes varia com o local afetado: se as partes mais altas do intestino são atacadas, elas ficam moles e causam mais de 10 evacuações ao dia.
De acordo com a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Chron (ABCD), 25% a 40% podem apresentar as chamadas manifestações extra-intestinais, como:
Sistema afetado | Manifestações |
Osteoarticular | Artropatia periférica e envolvimento axial |
Oftalmológico | Episclerite, esclerite, uveíte e ceratopatia |
Dermatológico | Eritema nodoso e pioderma gangrenoso |
Hepatobiliar | CEP, coletíliase, hepatites, linfoma hepatoesplênico |
Diagnóstico da retocolite ulcerativa
Normalmente o diagnóstico começa com a apresentação dos sintomas. Uma vez que a suspeita surge, o médico começa descartando parasitas com um exame de fezes.
A sigmoidoscopia é usada para confirmar o diagnóstico, já que permite a visualização dos pontos de inflamação e remoção de amostras de tecido para biópsia. Caso ele perceba que a lesão é ainda mais profunda, pode ser necessária uma colonoscopia.
Tratamento e acompanhamento
As doenças inflamatórias intestinais, como a retocolite ulcerativa, são crônicas e requerem acompanhamento constante para prevenção de crises. Dentro as opções terapêuticas estão:
- Medicamentos como corticosteroides, imunossupressores, ortobiológicos;
- Controle da dieta do paciente;
- Cirurgia, em alguns casos.
O paciente também pode precisar de suplementos de vitamina D, ferro e cálcio.
Dentre as ferramentas que o médico tem para acompanhar a progressão da inflamação, há a ultrassonografia intestinal, que ainda não é tão difundida, mas tem como vantagem o fato de não ser invasiva e ser facilmente feita em consultório. Um estudo piloto com 10 pacientes, divulgado em janeiro de 2021 na Ultrasound in Medicine & Biology, por exemplo, mostrou como a técnica permite previsão de quais pacientes com o quadro grave responderão melhor ao tratamento com esteroides.
Outro estudo do mesmo período, realizado com 60 pacientes e publicado no Journal of Chron’s and Colitis ajudou a desenvolver parâmetros para facilitar a metrificação da inflamação, comparando os resultados ultrassonográficos e endoscópicos.
Referências
- Steven Bots, Kim Nylund, Mark Löwenberg, Krisztina Gecse, Geert D’Haens, Intestinal Ultrasound to Assess Disease Activity in Ulcerative Colitis: Development of a novel UC-Ultrasound Index, Journal of Crohn’s and Colitis, Volume 15, Issue 8, August 2021, Pages 1264–1271
- Rebecca L. Smith, Kirstin M. Taylor, Antony B. Friedman, Adrian P. Swaine, David J. Gibson, Peter R. Gibson. Early Assessment With Gastrointestinal Ultrasound in Patients Hospitalised for a Flare of Ulcerative Colitis and Predicting the Need for Salvage Therapy: A Pilot Study. Ultrasound in Medicina and Biology, Volume 47, Issue 4, April 2021, Pages 1108-1114
- Colite ulcerativa. Manual MSD Versão para Profissionais de Saúde. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7a-inflamat%C3%B3ria-intestinal/colite-ulcerativa. Acessado em: 28/12/2022