A ultrassonografia no diagnóstico de hérnias inguinais

Entenda melhor o quadro, que mesmo acometendo ambos os sexos, é mais frequente nos homens

As hérnias inguinais são o deslocamento do conteúdo abdominal que se forma acima do ligamento inguinal. Isso pode ocorrer através de uma área fragilizada ou que apresente danos na parede abdominal e as alterações apresentadas na região podem ser adquiridas ou congênitas.

Tipos de hérnias inguinais

As hérnias inguinais são divididas em dois tipos: indiretas e diretas

Indiretas

São consideradas a hérnias mais comuns e são mais frequentes nos homens. Costuma ser mais sintomática e também estar mais associada a complicações. Nelas, o saco herniário atravessa o anel inguinal interno junto ao funículo espermático no homem e o ligamento redondo na mulher. Esse tipo de hérnia pode estender-se até a bolsa testicular (as chamadas hérnias inguinoescrotais)

Diretas

São o segundo tipo mais comum e ocorrem por enfraquecimento da parede posterior (Triângulo de Hasselbach). Resultam do aumento da pressão intra-abdominal e são menos sintomáticas, aparecendo mais em pacientes idosos.

Sinais e sintomas das hérnias inguinais

Há pacientes que não apresentam sintomatologia para a doença. Quando eles surgem, os sintomas mais comuns são:

• Dor ou desconforto
• Protuberância visível ou abaulamento da região inguinal

Como as hérnias inguinais se formam?

Quaisquer fatores que ocasionem aumento da pressão da parede abdominal combinados com fragilidade, contribuem no desenvolvimento da doença. Os principais são:

• Idade;
• Sexo masculino;
• Cirurgia prévia;
• Tosse e constipação;
• Doenças pulmonares;
• Defeito de colágeno;
• Fator congênito.

Como diagnosticar as hérnias inguinais

O diagnóstico das hérnias inguinais é clínico, podendo ser feito por meio de exame físico, radiografia convencional, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ressonância magnética. Dentre as alternativas citadas, a ultrassonografia se destaca como método diagnóstico, apresentando uma taxa de 97 a 100% na detecção de presença de hérnias e taxa de 60 a 86% no diagnóstico do seu tipo.

O exame de ultrassonografia para avaliação da região inguinal utiliza um transdutor linear de alta frequência e inicia-se com o paciente em decúbito dorsal, a região inguinal e a força ilíaca direita ou esquerda exposta. Se houver alta suspeita de hérnia inguinal e não houver detecção da patologia com o paciente em decúbito dorsal, faz-se necessário examinar o paciente em pé.

Tratamento das hérnias inguinais

O tratamento das hérnias inguinais é realizado por meio de correção cirúrgica, através de incisão ou laparoscopia e sua aplicabilidade vai de acordo ao quadro clínico do paciente.

Quando o quadro é assintomático, recomenda-se fazer uma análise para verificar a necessidade de uma intervenção cirúrgica, bem como o monitoramento do seu quadro para verificar se há mudanças na sintomatologia. Quando há alteração para quadro sintomático, a correção cirúrgica faz-se necessária para evitar possíveis agravamentos e oferecer uma resolução eficaz para a doença.

Hérnias inguinais com risco de necessidade de cirurgia acomete cerca de 27% dos homens, enquanto que nas mulheres apenas 2,6% necessita de intervenção cirúrgica.

Referências:

• Hérnia inguinal. MSD Manuals. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/abdome-agudo-e-gastroenterologia-cir%C3%BArgica/h%C3%A9rnia-inguinal. Acessado em: 20/10/2022

• Goulart, André; Martins, Sandra. Hérnia Inguinal: Anatomia, Patofisiologia, Diagnóstico e Tratamento. Rev. Portuguesa de Cirurgia, n. 33, p. 25-42, jun/2015. Disponível em: https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/510. Acessado em: 20/10/2022