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Doppler peniano: entenda as indicações e cuidados ao exame

Doppler peniano: tudo o que você precisa saber sobre esse exame para sua prática clínica!

O doppler peniano refere-se a um exame utilizado para avaliar o fluxo sanguíneo no pênis. É uma técnica que utiliza o ultrassom com efeito Doppler para medir a velocidade do fluxo sanguíneo nas artérias penianas.

Além disso, os profissionais também utilizam o procedimento em conjunto com a chamada “fármaco-indução”, administrando um medicamento para induzir uma ereção durante o exame. Para obter mais informações sobre como esse exame é realizado, consulte este artigo.

Qual a técnica para realização do doppler peniano?

Para a preparação do doppler colorido peniano com fármaco-indução, o paciente receberá uma injeção de um medicamento destinado a induzir uma ereção. Portanto, essa injeção deverá ser administrada no pênis por meio de uma agulha fina.

O procedimento utiliza um aparelho de ultrassom. Assim, o paciente permanece deitado de barriga para cima (decúbito dorsal) em uma maca, com a região genital exposta.

Enquanto isso, o médico utiliza um pequeno dispositivo chamado transdutor, deslizando-o nas laterais do pênis, onde estão localizadas as estruturas conhecidas como corpos cavernosos. Dessa maneira, essas estruturas, quando irrigadas por sangue, promovem a ereção peniana.

Para facilitar o deslizamento do transdutor, o médico aplica um gel na área do corpo a ser estudada. As imagens das estruturas anatômicas são exibidas em tempo real na tela. Assim, é possível fazer uma observação cuidadosa do fluxo nas artérias penianas e a detecção de qualquer escape de sangue.

Portanto, é possível perceber que o exame é rápido, praticamente indolor e não invasivo e sem exposição do paciente à radiação durante a sua realização. Na imagem abaixo é possível visualizar se o vaso se encontra permeável e se o sangue flui com tranquilidade.

Fonte: saudebemestar.pt/pt/exame/imagiologia

A realização do doppler colorido peniano com fármaco-indução requer precauções específicos?

Sim, a realização do doppler colorido peniano com fármaco-indução exige cuidados específicos. Por exemplo, antes do procedimento, é importante que o paciente passe por uma avaliação médica para garantir que ele seja adequado para o exame e para receber a indução farmacológica. Portanto, o médico deve obter um histórico médico detalhado do paciente, incluindo informações sobre:

  • Alergias
  • Condições médicas pré-existentes
  • Medicamentos em uso.

Além disso, durante a administração do medicamento para indução da ereção, o paciente deve ser monitorado de perto para qualquer reação adversa. Dessa maneira, após o procedimento, é importante monitorar o paciente para qualquer efeito colateral ou complicação, e fornecer orientações pós-exame conforme necessário.

Quando deve ser indicado o Doppler peniano?

Este exame é realizado para avaliar a função erétil e detectar possíveis condições que podem impactar a saúde sexual do paciente. Desse modo, dentre as condições e diagnósticos que podem ser identificados através do doppler peniano com fármaco-indução, destacam-se:

  • Disfunção erétil
  • Doença de Peyronie
  • Priapismo
  • Tumores do pênis

Disfunção erétil

A disfunção erétil é caracterizada pela incapacidade de atingir ou manter uma ereção adequada para o ato sexual. Portanto, pode ser avaliada através do doppler peniano com fármaco-indução.

A disfunção erétil é a forma mais prevalente de disfunção sexual entre homens com idade superior a 40 anos, afetando um número significativo de indivíduos. Estimativas apontam que mais de 100 milhões de homens em todo o mundo experimentam algum grau de DE. Além disso, a taxa de incidência da disfunção erétil em homens brasileiros foi de 65,6 casos por 1.000 pessoas/ano.

Causas da disfunção erétil

As origens da disfunção erétil (DE) podem ser categorizadas como de natureza psicológica, orgânica, ou uma combinação de ambas. Causas psicogênicas frequentes englobam a ansiedade de desempenho, transtornos psiquiátricos (como ansiedade e depressão) e conflitos no relacionamento.

Entre as causas orgânicas, destacam-se fatores vasculares, endócrinos, neurológicos, bem como aqueles associados ao uso de substâncias e intervenções urológicas.

Como avaliar a disfunção erétil?

A avaliação da disfunção erétil envolve uma abordagem abrangente que combina informações clínicas, histórico médico, bem como exame físico e testes específicos. Além disso, o doppler peniano, especialmente com fármaco-indução, é utilizado para avaliar o fluxo sanguíneo no pênis e identificar causas vasculares da DE.

Tratamento da disfunção erétil

Inicialmente, a abordagem terapêutica da disfunção erétil (DE) deve começar com a conscientização do paciente acerca da condição, métodos de tratamento e expectativas em relação aos resultados. Dessa forma, pacientes que apresentam morbidades associadas ao surgimento da DE devem monitorar e controlar essas condições para reduzir a ocorrência de episódios disfuncionais. O gerenciamento dos fatores de risco constitui a pedra angular do tratamento não-farmacológico. A etiologia específica da DE é também um fator crucial a ser considerado no plano terapêutico, pois está diretamente relacionada à escolha da abordagem. Em geral, a terapia medicamentosa deve ser integrada às intervenções não-farmacológicas desde o início9.

A linha primária de tratamento para DE engloba modificações nos hábitos de vida, aconselhamento, psicoterapia/terapia sexual e o uso de inibidores da fosfodiesterase

Doença de Peyronie

A doença de Peyronie é caracterizada pela formação de tecido cicatricial, conhecido como placa, na túnica que reveste internamente o pênis. A presença dessas placas resulta em áreas com redução da elasticidade peniana, levando a diversas formas de deformidade. Além disso, é comum a associação da doença de Peyronie com a disfunção erétil, agravando as implicações negativas dessa condição.

Em casos de deformidades significativas que comprometem ou impossibilitam a atividade sexual satisfatória, recomenda-se um tratamento reconstrutivo para a doença de Peyronie. O objetivo desse tratamento é melhorar a função peniana e a autoestima do paciente afetado.

O Doppler peniano com ereção fármaco-induzida é um exame essencial que serve como ponto de partida para tomar decisões terapêuticas nessa condição. Através da administração de um medicamento indutor de ereção, é possível avaliar a rigidez máxima e os parâmetros hemodinâmicos dos vasos sanguíneos do pênis. Portanto, essa análise é essencial, pois a capacidade de alcançar uma ereção firme determinará as opções de tratamento disponíveis para o paciente.

O médico pode prescrever o uso de medicamentos, como colchicina ou corticosteroides, para auxiliar na redução da inflamação e dos sintomas associados. No entanto, a eficácia desses medicamentos pode variar. Além disso, dispositivos de tração peniana visam reduzir a curvatura causada pela doença de Peyronie, sendo projetados para aplicar uma força suave ao pênis ao longo do tempo. Seu uso requer consistência e paciência.

Priapismo

O priapismo é uma condição médica caracterizada por uma ereção persistente e dolorosa do pênis que não está associada à estimulação sexual ou que continua além do período de estimulação.

Existem dois tipos principais de priapismo:

  • Priapismo isquêmico (priapismo de baixo fuxo): este é o tipo mais comum de priapismo. Ele ocorre quando o sangue fica preso no pênis, causando uma falta de oxigênio. O priapismo isquêmico, geralmente associado à dor, pode ter causas variadas, como anemia falciforme, leucemia, distúrbios sanguíneos, uso de certos medicamentos ou lesões na área genital.
  • Priapismo não isquêmico (priapismo de alto fluxo): é menos comum e ocorre quando há um fluxo excessivo de sangue para o pênis, mas a drenagem venosa não está ocorrendo normalmente. Geralmente, não é doloroso e pode estar relacionado a lesões ou malformações vasculares.

Qual a etiologia do priapismo?

Em adultos, a principal causa frequentemente está relacionada ao tratamento medicamentoso para disfunção erétil. Já em crianças, as causas mais prevalentes incluem doenças hematológicas, como anemia falciforme e, em casos menos frequentes, leucemia.

Em muitas situações, o priapismo pode ocorrer de forma idiopática ou recorrente.

Tumores do pênis

Tumores penianos são crescimentos anormais de células no órgão genital masculino e podem se manifestar de várias maneiras, incluindo mudanças no fluxo sanguíneo. Nesse sentido, a prevalência é mais significativa em indivíduos do sexo masculino com mais de 50 anos. No contexto brasileiro, esse tipo de câncer representa 2% de todos os casos de câncer em homens, com uma incidência mais elevada nas regiões norte e nordeste do país.

Em casos de tumores penianos, o doppler peniano pode ajudar a identificar alterações no padrão de fluxo sanguíneo, como obstruções vasculares causadas pelo crescimento tumoral. Portanto, essas informações auxiliam os profissionais de saúde no diagnóstico, planejamento do tratamento e monitoramento de pacientes com tumores no pênis.

Quais as vantagens do doppler peniano?

Entre os benefícios desse exame, destacam-se:

  • Diagnóstico preciso: o doppler peniano com fármaco-indução é uma ferramenta valiosa para o diagnóstico preciso de condições como disfunção erétil, estenose arterial e insuficiência venosa
  • Não invasivo: este exame não envolve procedimentos cirúrgicos ou incisões na pele, caracterizando-se pela ausência de invasividade.
  • Resultados imediatos: geralmente realizado em uma única sessão, o Doppler peniano com fármaco-indução proporciona resultados imediatos, permitindo ao médico tomar decisões de tratamento de forma mais ágil
  • Baixo risco: considerado um procedimento seguro, o Doppler peniano com fármaco-indução apresenta riscos mínimos, proporcionando uma abordagem segura para a avaliação do fluxo sanguíneo peniano.

Quais as desvantagens desse exame?

Embora o doppler peniano seja uma ferramenta valiosa para avaliar o fluxo sanguíneo no pênis, a administração de medicamentos para induzir a ereção, geralmente utilizada no Doppler peniano, pode ser desconfortável ou inconveniente para alguns pacientes.

Além disso, em casos de priapismo (ereção persistente e dolorosa não relacionada ao estímulo sexual), o Doppler peniano pode não ser suficiente para resolver o problema e pode ser necessário realizar outros procedimentos.Um outro fator importante é que a qualidade dos resultados do doppler peniano pode depender da habilidade e experiência do operador que realiza o exame.

Assim, é importante discutir essas considerações com o médico, levando em conta a necessidade específica de cada paciente e os potenciais benefícios do exame em relação às desvantagens.

Conheça nossa capacitação em doppler peniano com fármaco-indução

Com essa capacitação em doppler peniano com fármaco-indução, você terá:

  • Capacidade para recomendar com segurança o uso do ultrassom doppler peniano com indução farmacológica
  • Competência para realizar a indução utilizando drogas vasoativas
  • Familiaridade com a técnica de exame e interpretação dos resultados
  • Habilidade para identificar sinais de ereção dolorosa e prolongada
  • Conhecimento do protocolo de reversão farmacológica da ereção

Referência bibliográfica

  • Schiavini JL, Damião R. Abordagem da disfunção erétil. Rev Hosp Univ Pedro Ernesto. 2010;9(supl.):48-59. Disponível em: http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=253.
  • Garaffa G, Minhas S, Ralph D. Male sexual function. In: Mundy AR, Fitzpatrick JM, Neal DE, et al. The scientific basis of urology. 3rd ed. London: Informa Healthcare; 2010. p.300.