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70% das mulheres com Síndrome Geniturinária da Menopausa não relatam seus sintomas

Laser e radiofrequência são opções não hormonais de tratamento do quadro, no entanto pedem treinamento adequado para sua aplicação

A síndrome geniturinária é um quadro crônico caracterizado por mudanças nos tecidos da região, o que ocorre em resposta à perda de estrogênio, que é mais comum após a menopausa, mas pode acometer mulheres em outras situações de hipoestrogenismo. Estima-se que o quadro afete entre 36% a quase 90% das mulheres. Em mulheres na pré-menopausa (entre 40 e 45%), sua prevalência é de 19%.

Diferentemente dos sintomas comuns do climatério, que vão se reduzindo com o passar do tempo, as manifestações da síndrome geniturinária tendem a ir se agravando. Os principais sintomas são:

  • Secura vaginal;
  • Irritação e queimação genital;
  • Dispareunia;
  • Diminuição da lubrificação na atividade sexual;
  • Prurido vulvovaginal;
  • Desconforto e dor aguda genital;
  • Corrimento vaginal anormal;
  • Sangramento pós-coito;
  • Urgência urinária;
  • Frequência urinária aumentada;
  • Noctúria;
  • Disúria;
  • Infecções do trato urinário recorrentes.

O quadro também apresenta sinais como:

  • Escassez de pelos pubianos;
  • Fusão dos lábios menores ou sinequias;
  • Sinequia do prepúcio do clitóris;
  • Estenose do introito vaginal;
  • Paredes vaginais com mucosa pálida, perda da rugosidade e elasticidade, muitas vezes friável e com petéquias que sangram facilmente ao exame especular ou coleta do Papanicolaou;
  • Colo do útero encurtado;
  • Difícil visualização do orifício cervical;
  • Vagina encurtada e às vezes com estenose;
  • Epitélio vaginal pálido, ressecado, adelgaçado;
  • Corrimento vaginal: fluido aquoso ou purulento;
  • Eritema irregular;
  • Petéquias vaginais;
  • pH vaginal ≥ 5;
  • Eversão ou prolapso uretral;
  • Proeminência do meato uretral.
Diagnóstico da síndrome geniturinária

Apesar dos sintomas claros e comuns, que podem afetar a mulher mesmo que ela não tenha vida sexual ativa, estima-se que mais de 70% das pacientes não os relatam ao seu médico. Além disso, a FEBRASGO aponta que os profissionais de saúde nem sempre questionam ativamente sobre a síndrome geniturinária ou indicam tratamento.

O diagnóstico é basicamente clínico, realizado por meio da anamnese e exame ginecológico. Os sintomas mais relatados são:

  • Ressecamento vaginal (55%);
  • Dispareunia (44%);
  • Irritação genital (37%).

Além disso, 59% das pacientes relatam que esses sintomas trazem impactos a sua função sexual. A FEBRASGO aponta que é importante os médicos questionarem ativamente suas pacientes sobre os sintomas.

Opções de tratamento para a síndrome geniturinária

O tratamento inicial da síndrome geniturinária é o uso de lubrificantes e hidratantes. Os primeiros devem ser usados durante a relação sexual, enquanto os últimos podem ser aplicados duas a três vezes na semana. Se a paciente apresenta sintomas persistentes, o médico pode recorrer a:

  • TE vaginal: como o 17-β-estradiol, o promestrieno e o estriol, com aplicação intravaginal inicial à noite, durante 14 dias, e posterior manutenção duas a três vezes por semana enquanto persistirem os sintomas;
  • Terapia baseadas em energia: que englobam o laser (seja CO2 fracionado microablativo ou laser YAG Erbium vaginal não ablativo) e radiofrequência, sendo que os primeiros têm maior respaldo científico.

De acordo com a FEBRASGO: “novas tecnologias com emprego de tratamentos baseados em energia como laser vaginal e a radiofrequência têm se mostrado eficazes e seguros quando usados por profissionais devidamente habilitados”. Ou seja, é importante ter o treinamento adequado para aplica-los em consultório.

Referências:

FEBRASGO Position Statement: Síndrome geniturinária da menopausa. FEMINA 2022;50(3):164-70

One Reply to “Síndrome Geniturinária da Menopausa: como diagnosticar e tratar”

  1. Muito bom , miito importante que o mefico assistente tenha consciencia disso e estimule naturalmente a mulher a permitir que o ginecogista tambem chame a atençao para o dernatologistá que podera indicar formulaçoes q evitam o desenvolvimento de leucoplasia, lesoes ja pre- malignas q necessitam de biopsia para definir histologicMente estagio da leucoplasia. Antes q evolua para um CAESPINO CELULAR AVANCADO. E POSSIVEL DETECTA-LO SINDA NO GRAU MEIO E RETIRA-LO COM MARGEM DE SEGURANCA.. O DIAGNOSTICO Ê CLINICO E DE GRANDE INPORTANCIA.

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