Posted on

Descubra como uma boa gestão clínica contribui no combate de casos de Burnout médico

Descubra como a gestão clínica eficaz pode ser a chave para reduzir o número de casos e até evitar o burnout médico, promovendo a saúde e o bem-estar de sua equipe.

Com o aumento no número de casos de Síndrome de Burnout no mercado de trabalho, os médicos já estão habituados aos sintomas mais comuns. Contudo, o mesmo médico que diagnostica e trata um paciente com a Síndrome de Burnout pode, também, enfrentar essa condição de saúde mental.

É o que aponta um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que mostra que mais de 45% dos médicos brasileiros mostram alto nível de Síndrome de Burnout. Esse cenário aponta um desafio para os gestores hospitalares, já que esse grave quadro de saúde mental pode afetar a vida do médico e dos pacientes. 

Entenda, neste artigo, como a Síndrome de Burnout no corpo clínico pode aumentar o número de erros médicos e prejudicar as relações interpessoais no ambiente de trabalho. Aprenda a reforçar a comunicação como uma ponte segura com os profissionais e descubra o melhor investimento para a sua equipe médica.

A epidemia silenciosa do Burnout Médico no corpo clínico

O termo Síndrome de Burnout (SB) foi utilizado pela primeira vez, em 1974, pelo psicanalista Herbert Freudenberger. Ele sentia que seu trabalho não fazia mais sentido e um forte esgotamento emocional. Por essa razão, muitas vezes a depressão, a fadiga, a inflexibilidade e a irritabilidade são sintomas descritos pelos pacientes com essa condição.

No corpo clínico, os médicos estão acostumados a atender pacientes de diferentes profissões que se queixam desses sintomas. Porém, esses profissionais também enfrentam uma alta carga de trabalho com muitos fatores de estresse ao longo da carreira. 

Por essa razão, os gestores hospitalares precisam compreender a gravidade da Síndrome do Burnout no ambiente hospitalar e como a negligência sobre esses casos pode colocar em risco médicos e pacientes.

Médica residente sofrendo com a Síndrome de Burnout durante o atendimento clínico.

Compreendendo a gravidade do Burnout Médico: prevenir é melhor do que remediar

Os médicos afetados pela Síndrome de Burnout podem apresentar um comportamento mais impaciente e desinteressado, tendo queda na produtividade e, muitas vezes, tendo conflitos interpessoais com pacientes e outros profissionais do local de trabalho.

As consequências desse quadro de saúde mental incluem:

  • o aumento do número de erros médicos;
  • menor satisfação do paciente;
  • maior tempo de recuperação pós-alta;
  • diminuição do esforço profissional.

Tendo em vista os prejuízos que essa síndrome pode causar na vida do profissional de saúde, na equipe médica e no atendimento aos pacientes, é evidente que a gestão hospitalar deve estar atenta a como prevenir casos de Burnout

Saiba mais: Por que investir na área de gestão hospitalar?

3 Fatores que contribuem para o Burnout Médico

A Síndrome de Burnout impacta não apenas o bem-estar dos médicos, mas também a qualidade da assistência médica e a gestão hospitalar. É essencial que os gestores entendam como alguns fatores contribuem para o desenvolvimento dessa condição de saúde mental, a fim de evitar casos de adoecimento no corpo clínico. 

1. Cargas de trabalho longas

Um estudo realizado na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, avaliou 514 residentes de cirurgia no ano de 2005. Altos níveis de Burnout foram observados em 10% dos residentes e sintomas moderados em 76%. Entre os fatores que mais contribuíram para o quadro, a quantidade de horas trabalhadas foi o teve mais associação com a exaustão emocional.

Esse estudo apontou uma forte relação entre cargas de trabalho longas e erros médicos. Podem ser muitos os descuidos se o profissional de saúde estiver nessas condições, como:

  • Faltar com a devida atenção aos exames do paciente no pré-operatório;
  • Desinteresse no estudo de casos operatórios antes de realizar a cirurgia;
  • Descuido na checagem dos monitores durante os procedimentos cirúrgicos;
  • Estar menos vigilante na monitorização dos pacientes em cuidado intensivo.

Esses descuidos causam o aumento no número de erros médicos, o que pode comprometer a vida dos pacientes, todo o sistema de saúde e a carreira dos profissionais de saúde. Esse cenário compromete a gestão hospitalar, evidenciando a necessidade do olhar atento ao corpo clínico. 

2. Conflitos familiares devido à profissão

A alta carga de trabalho também afeta a vida familiar dos profissionais de saúde, que têm menos tempo disponível para lazer e apresentam maior esgotamento físico e mental. Essas condições podem ocasionar o isolamento social devido à irritabilidade, ansiedade e depressão.

É essencial que o gestor tenha o apoio de uma equipe especializada para identificar sinais de desequilíbrio entre a vida profissional e pessoal do médico. A disparidade entre as horas de trabalho e o tempo de lazer pode sobrecarregar o profissional e comprometer a gestão clínica com erros de procedimentos que podem ser evitados. 

Banner promocional: Conheça os cursos de especialização e pós-graduação no Cetrus.

3. Descontentamento com a carreira médica

A profissão dos médicos exige, desde muito cedo, um alto investimento financeiro, intelectual e de tempo. Ao longo da formação médica, esse profissional enfrenta diversos desafios, como falta de infraestrutura adequada para aprimorar a prática e assistência governamental insuficiente para atuar nos serviços de saúde básica e ainda crescer na carreira.

Um estudo publicado no Medscape aponta que os médicos da geração Y, que engloba os nascidos entre 1981 e 1996, buscam se aposentar mais cedo. Segundo Daniel Choi, cirurgião ortopedista americano, os fatores apontados pelos médicos, incluem:

  • Sentimento de desvalorização na carreira;
  • Perda de autonomia da profissão;
  • Prejuízo à saúde mental decorrente do trabalho.

Para manter bons profissionais de saúde, os gestores precisam compreender como o corpo clínico se sente em relação às condições de trabalho. Algumas métricas de satisfação no trabalho podem ajudar nessa tarefa e é essencial que o gestor saiba analisá-las para elaborar planos de ação que contemplem a saúde mental desses profissionais. 

Entenda também: Como orientar os pacientes a iniciar a prática esportiva para auxiliar a manutenção da saúde mental?

A relação entre a gestão clínica e o Burnout Médico

O mau gestor clínico não sabe identificar as possíveis causas para a Síndrome de Burnout no ambiente hospitalar. Os fatores listados, como cargas de trabalho longas e descontentamento com a carreira, passam despercebidos pelo mau gestor. Como resultado, os casos de Burnout Médico acumulam-se e logo a equipe se vê prejudicada no atendimento.

Uma boa gestão hospitalar envolve a prevenção e combate ao Burnout Médico, o que exige a atualização constante dos conhecimentos do gestor. Porém, a realidade é que muitos gestores ainda não contam com os requisitos necessários para fazer uma boa gestão clínica.

Como uma gestão clínica ineficaz pode contribuir para agravar o problema

Muitas vezes, gestores clínicos focam exclusivamente em questões operacionais e financeiras, negligenciando o bem-estar emocional de suas equipes. Podem ser frequentes as queixas nos corredores, gerando desconforto no corpo clínico e entre as lideranças, que não são orientadas adequadamente para a prevenção da Síndrome de Burnout.

A ineficiência na gestão clínica resulta em sobrecarga de trabalho, pressões constantes e um ambiente de trabalho tóxico, contribuindo para o aumento dos níveis de estresse e exaustão entre os profissionais de saúde. Em casos mais extremos, um grande número de pedidos de demissão pode ocorrer, o que não é interessante para a carreira de liderança em qualquer área do mercado de trabalho.

É importante ressaltar que esse gestor também é responsável pela execução correta dos procedimentos realizados pelos médicos. Erros que podem ser evitados, caso estejam relacionados ao adoecimento físico e mental do profissional de saúde, podem prejudicar toda a instituição de saúde e a carreira do gestor. 

Descubra mais: 5 dicas para se destacar na publicidade médica seguindo a nova Resolução CFM
Médico usando máscara com sintomas de irritabilidade e isolamento, comuns na Síndrome de Burnout devido a má gestão hospitalar.

4 estratégias para otimizar a gestão clínica e prevenir o Burnout Médico

A prevenção do Burnout Médico é uma preocupação cada vez mais presente no âmbito da gestão clínica. Este grave problema de saúde mental afeta profissionais em todo o mundo, prejudicando não apenas os médicos em suas vidas, mas também a qualidade da assistência médica prestada aos pacientes. Portanto, é crucial otimizar a gestão clínica para prevenir o Burnout Médico e garantir o bem-estar da equipe.

Uma gestão eficiente deve ser centrada nas necessidades dos profissionais de saúde. Isso significa que os gestores clínicos devem criar um ambiente de trabalho que promova o equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos médicos, incentivando uma cultura de comunicação aberta e a colaboração dentro da equipe.

Para ajudar os gestores clínicos nessa tarefa, listamos abaixo 4 estratégias que promovem o bem-estar da equipe médica e podem combater os casos de Burnout no corpo clínico:

1. Implementar programas de apoio psicológico

Oferecer suporte psicológico aos médicos é essencial para uma escuta qualificada. Nas sessões de terapia, os profissionais de saúde podem expressar suas preocupações sem medo de julgamento, reduzindo a pressão sentida com os atendimentos. Além disso, os profissionais já acometidos por questões de saúde mental podem aprender a lidar com o estresse e as frustrações da rotina.

2. Garantir que os médicos tenham tempo adequado para descanso e recuperação física

A sobrecarga física e mental decorrente do excesso de trabalho é um dos principais fatores que mais contribuem, não só para o Burnout, como para demais questões de saúde mental. Os gestores clínicos devem garantir que os médicos tenham tempo adequado para descansar e se recuperar, evitando excesso de horas trabalhadas e plantões extenuantes. Sendo assim, saber planejar as escalas para evitar a sobrecarga dos profissionais é fundamental para uma gestão eficiente.

3. Promover a colaboração e a delegação de tarefas

Os esforços em uma equipe médica podem ser melhor aproveitados com a colaboração e uma melhor distribuição das tarefas. Uma boa estratégia é iniciar uma série de treinamentos na rotina médica para aprimorar a habilidade de trabalho em equipe, o que pode reduzir a pressão psicológica nesses profissionais. Com tarefas mais bem distribuídas, os médicos podem, inclusive, retornar ao trabalho com mais facilidade após um período de grande estresse.

4. Reconhecer e recompensar o desempenho excepcional

O reconhecimento no trabalho pelo desempenho profissional é um incentivo poderoso para os médicos. Expressar verbalmente o reconhecimento motiva os profissionais a continuar dando o melhor de si e reforça sua autoestima. Além disso, planos de desenvolvimento de carreira podem ajudar os médicos a se sentirem contemplados com sua jornada e a manter profissionais de excelência no corpo clínico.

Entenda mais: Por que fazer uma especialização médica com o Cetrus?

Invista no cuidado da sua equipe médica

Para ter uma boa gestão clínica e combater o desenvolvimento da Síndrome de Burnout na equipe, é fundamental investir em educação médica. O Cetrus é a escolha de referência para ser o seu centro de ensino médico, sendo reconhecido pelo MEC e tendo um corpo docente altamente qualificado.

Há 28 anos, o Cetrus valoriza metodologias ativas de ensino teórico-prático, o que possibilita ao aluno vivenciar uma experiência que simula a gestão hospitalar por meio da Clínica Escola. Assim, o aluno sai preparado para ter um olhar atento a toda equipe, desde a recepção do paciente até ferramentas de gestão hospitalar.

Avance na gestão clínica com a Graduação em Gestão Hospitalar do Cetrus

Se você deseja ingressar na área de gestão clínica ou aprimorar sua prática e conhecimentos, a Graduação em Gestão Hospitalar do Cetrus é a oportunidade certa. Com uma carga horária de 2.540 horas distribuídas em 6 semestres, este curso é destinado aos egressos do ensino médio ou profissionais da área da saúde que tenham interesse em atuar na gestão e na organização de empresas de serviço de saúde dos setores públicos e privados.

Aprimore o gerenciamento de sistemas de saúde, pessoas, materiais e suprimentos hospitalares e aprenda a como fazer a gestão de biossegurança e risco em ambientes hospitalares. Clique no botão abaixo e conheça o curso de Graduação em Gestão Hospitalar do Cetrus.

Referências