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Princípios do ecodoppler vascular em membros: como realizar um exame de qualidade

por Larrie Laporte

O ecodoppler vascular é o principal método de imagem vascular não invasivo utilizado quando se suspeita de estenose ou obstrução arterial. Esse exame fornece informações sobre a gravidade da lesão, morfologia, localização anatômica e extensão da doença, além de informações sobre volume e velocidade do fluxo. Entenda melhor sobre como obter todas essas informações!

Modos ultrassonográficos: noções gerais

A ultrassonografia em tempo real utiliza ondas sonoras refletidas (ecos) para produzir imagens e avaliar a velocidade do sangue. Os modos de ultrassom rotineiramente utilizados na imagem vascular incluem o modo B (brilho) e o modo Doppler (imagem modo B + detecção de fluxo Doppler). Outros modos também estão disponíveis, como Doppler de potência, ultrassom tridimensional, ultrassom com contraste etc. 

O modo B fornece uma imagem em escala de cinza, útil para avaliar detalhes anatômicos. A qualidade de uma imagem modo B depende da intensidade das ondas sonoras refletidas. A intensidade do eco é atenuada e dispersa à medida que a onda sonora se move através do tecido. Ângulos de incidência de 90° maximizam o retorno potencial de ecos. Ondas sonoras de frequência mais alta fornecem melhor resolução lateral em comparação a ondas mais baixas. Assim, transdutores de alta frequência são usados para imagens de estruturas superficiais com uma incidência de 90°.

A identificação de estruturas vasculares a partir da imagem modo B é aprimorada no modo Doppler, que exibe o fluxo sanguíneo. A mudança na frequência sonora entre as ondas sonoras transmitidas e recebidas devido ao movimento das células vermelhas do sangue é analisada para gerar informações de velocidade. O fluxo em direção ao transdutor é exibido como vermelho por padrão e o fluxo para longe é exibido como azul; as cores são semiquantitativas, não representam o fluxo arterial ou venoso real e podem ser alteradas pelo operador.

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Posicionamento do transdutor

Medições precisas de velocidade requerem o posicionamento adequado da sonda de ultrassom em relação à direção do fluxo. Um ângulo de incidência de 60° é ideal; no entanto, um ângulo entre 30° e 70° é aceitável. 

Locais anatômicos

Aortoilíaco

A imagem aortoilíaca requer que o paciente esteja em jejum por aproximadamente 12 horas para reduzir a interferência dos gases intestinais. Portanto, é mais conveniente realizar esses estudos de manhã cedo. O exame completo envolve a aorta visceral, a bifurcação ilíaca e as artérias ilíacas distalmente.

Membros inferiores e superiores

Para a extremidade inferior, o exame começa na artéria femoral comum e é rotineiramente estendido até a artéria poplítea. As artérias tibiais também podem ser avaliadas. Nos membros superiores, a extensão do exame é determinada pela indicação clínica. A visualização da artéria subclávia é limitada pela clavícula. Quaisquer áreas de estenose são inicialmente localizadas com Doppler colorido e, em seguida, quantificadas e avaliadas medindo as velocidades Doppler. 

Em geral, a relação entre a velocidade sistólica máxima (VSM) em uma área de estenose é comparada com a VSM no vaso imediatamente proximal para estimar o grau de estenose. Para a extremidade inferior, a porcentagem de estenose pode ser estimada. Uma relação de VSM < 2 indica uma estenose arterial < 50 por cento, e uma relação > 4 indica uma estenose > 75 por cento. 

Não existem critérios geralmente aceitos para determinar a estenose em artérias da extremidade superior, e a maioria dos laboratórios vasculares tende a extrapolar critérios de artérias da extremidade inferior para as artérias da extremidade superior.

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Dra. Larrie Laporte

Médica pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Estatística pela Universidade Salvador. Formação em pesquisa clínica pela Harvard T.H. Chan School of Public Health. Possui interesse em medicina intensiva, cuidados paliativos, bioestatística e metodologia científica.

2 Replies to “Diagnóstico de doença arterial nos membros com ecodoppler”

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